Após vencer um terrível demônio, o deus Indra se encheu de orgulho e resolveu construir o palácio mais magnifíco das esferas celestiais, chamando o arquiteto dos deuses para realizar a tarefa. Acontece que, toda vez que Indra vistoriava as obras, ele pedia alguma mudança para que o palácio ficasse ainda mais grandioso.
Percebendo que aquela história nunca teria fim, pois os dois eram imortais, assim como pareciam ser os caprichos de Indra, o arquiteto resolveu levar a situação desesperadora até o todo-poderos Brahma, que prometeu dar um jeito no caso.
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Então, no dia seguinte, Indra recebu a visita de um menino divinal, o mais extraordinário que já havia aparecido em seu palácio. Perguntando sobre o motivo de sua chegada, a criança respondeu:"Vim até aqui, pois ouvi dizer que você está erguendo o palácio mais majestoso que um Indra jamais teve". Furioso com a afronta, o deus disse:"Como assim, nenhum Indra? Eu sou o único Indra". Ao que o garoto replicou:"Eu já ví centenas de milhares de Indras surgirem e desaparecerem. Brahma abre os olhos, e um mundo é criado para ser governado por um Indra; Brahma fecha os olhos, e tudo deixa de existir". De repente, enquanto o menino falava, uma coluna de formigas passou marchando pelo chão. Ele então apontou para as formigas e, sorrindo disse:"Está vendo estas formigas? Cada uma delas já foi um Indra que, um dia, pensou que iria construir o palácio mais majestoso que havia e, por causa de seu orgulho, despencou do estado de iluminação para as condições mais baixas". Por fim, Indra se dá conta de toda a sua vaidade e desiste de seu intento.
(Contada por Henrique Jr e Robert Walter - Palavras de Poder)
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